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my red valentine

"per i bambini dell'asilo ci sono delle caramelle istruttive: hanno il gusto della fragola, dell'ananas, del ratafià, e contengono alcune facili poesie.." gianni rodari

21 de abril de 2008

Amanhã parto para Milão!

Tenho mais uma semanita de férias, away, antes de começar a trabalhar!
A desculpa é um casamento de amigos no sábado. Assim aproveitamos e damos uns passeios, visitamos amigos, vemos as novas têndencias, exposições, livros novos...
Confesso que até ontem não tinha muita vontade de ir. Isto porque Milão desconserta-me um pouco. Gosto da cidade e do que ela oferece mas da última vez que fui e andei por aquelas ruas do centro, cheias de lojas super caras, super in, super fashion, super tudo, senti-me totalmente out! E depois porque passei HORAS à espera do sr. arquitecto que tem de ver tudo e experimentar tudo em todas as lojas possíveis e imaginárias!
Mas desta vez tenho um truque. Sim, sim, descobri um modo de fugir à seca descomunal e ao mesmo tempo estar super in!
Agora é que vão ser elas!! Quando entrar numa destas lojas com os meus jeans e as minhas all-stars esfarrapadas e as empregadas todas empiriquitadas começarem a olhar para mim, sento-me confortavelmente naqueles sofás todos fashion que eles costumam ter (precisamente para quem tem de lá estar horas!), preparo a minha cara de "sim, essa t-shirt esfarrapada e caríssima é sensacional e está-te super bem, compra, compra!", saco os óculos de sol, o meu i-pod e play...




Ahhhhhhhhhh!!!
Aposto que ainda pensam que eu sou alguma rock-star!! Troppo fashion, troppo in!! :D

20 de abril de 2008

eu sou mesmo assim...

Na continuação do desafio "um livro por mês", sugiro os seguintes:

- A Fúria das Vinhas, de Joaquim Moita Flores. Gostei muito.
- O Livro das ilusões, de Paul Auster. Já não lia um livro assim há algum tempo. Sem palavras. Adorei.

Entretanto estou a ler
O Rio das Flores de Miguel Sousa Tavares. Para já, estou a gostar.

E na minha ida a Portugal comprei um clássico. Como era muito pequenina, em 1977, não pude ver a novela mas sei o impacto que teve e que fez parar o país no último episódio: "Gabriela. Sempre Gabriela"!!




16 de abril de 2008

back to the real world!

E aqui estou eu de volta a Siracusa. Outro país, outra realidade e no final ganhou mesmo o Berlusconi.
Hoje, quando acordei, ainda na cama, tive aquela estranha sensação de onde estou? quem sou eu? É horrível! Mas acontece-me frequentemente. Um dia estou na minha cama de toda a vida, em casa dos meus pais, no dia a seguir já acordo em Barcelona, na cama de uma amiga, e no dia depois acordo em Siracusa, já na minha cama actual... quem me ouvir falar até pensa que sou uma depravada! Sempre em camas diferentes!
Pode haver quem pense que sou exagerada mas acreditem que não é fácil, pelo menos para mim. Isto se calhar acontece porque as minhas vidas de Portugal, Espanha e Itália, são tão diferentes e têm uma carga emocional tão distinta no meu inconsciente que é como fazer em poucas horas viagens no tempo contínuas que me obrigam a mudanças radicais de pensamento e comportamento. Isso é mau. Eu deveria ser sempre a mesma pessoa em todo o lado. Mas não é assim. Os estímulos são bem diferentes. E eu recordo situações diferentes de todos estes lugares. Provavelmente é só um pouco de jet-lag à minha maneira!
Mas é assim... Acabaram-se as comidinhas boas da mamã. Roupinha lavada e passada, tudo limpinho e arrumadinho, sem preocupações, sem pensar em nada... acho que não quero ser adulta!!!

Enfim... tenho de ir fazer o almoço...


14 de abril de 2008

algo do outro mundo...


porque é que a roupa lavada pelas nossas mães e avós tem sempre um cheirinho diferente e melhor do que aquela que lavamos nós em nossa casa?



12 de abril de 2008

a te...

eu não sou muito fã de jovanotti mas tenho de admitir que esta canção tem umas palavras muito bonitas... não fosse eu uma romântica perdida e este blog dedicado a todos os poetas domingueiros...

quem quiser que a faça sua... eu dedico-a a ti...



11 de abril de 2008

paixões antigas


Ontem fiz uma coisa que já não fazia há muito tempo: fui ver um treino de andebol! 
Durante muitos anos joguei andebol numa equipa aqui da zona e apesar de tudo ter começado com a brincadeira do desporto escolar (no 7º ano do liceu Homem Cristo de Aveiro), os jogos e os treinos depressa ganharam um lugar de destaque na minha vida (para além dos estudos e do namorado, claro!). 
Não me lembro de muitas coisas, tenho uma amiga que se lembra de bem mais do que eu - dos detalhes dos jogos, dos campeonatos, das adversárias - coisas que a mim nem me passam pela cabeça. Mas lembro-me de treinar à chuva e ao frio, de jogar em campos perdidos no meio do pasto das vacas, do cheiro das joelheiras ao domingo de manhã, das lágrimas das derrotas injustas, da emoção do jogo, de marcar golos, do percurso da carrinha que nos levava e trazia aos treinos, das conversas de raparigas no balneário, do espírito de equipa, das canções nas viagens pelas terrinhas, da dor de estômago quando as adversárias eram mais altas e mais fortes, da resina nas mãos, do barulho dos pavilhões.... coisas que me fizeram ser a pessoa que sou e que eu penso serem fundamentais porque praticar um desporto de equipa, onde não há lugar a individualismos e todos temos de saber qual é a nossa função dentro de um grupo, é muito diferente de praticar um desporto individual. Não é melhor nem pior. Desenvolvem-se outras capacidades.  
O meu pai não gostava de ver os jogos. E penso que os pais das minhas companheiras também não. Mas às vezes, quando entrávamos no campo, havia sempre uns assobios de qualquer jeitoso lá da terra ou os burburinhos da claque adversária que dizia que a número tal é perigosa, e a central, e aquela e a outra, que compensavam e nos faziam ficar todas vaidosas... 
Fiz muitas amigas. Fiz muitas "inimigas". Levei muitos pontapés, murros, empurrões, parti três dedos, dei cabo das costas... andava sempre toda partida... mas foram os melhores anos da minha vida (até agora!)! Apesar de nunca ter sido nada profissional, para nós era algo muito sério e hoje até me rio com isso... 
A minha melhor amiga do andebol, a jogadora a quem eu passava a bola sem olhar porque sabia que ela lá estava, sabia os passos dela e ela os meus, agora já não joga. Eu também não. Fomos fazendo outras coisas. Tirámos o curso. Ela casou-se e tem um filhote. Eu ainda não mas acho que para lá caminho... e ontem fomos ver juntas um treino das mais novas... algumas companheiras minhas ainda jogam e ao vê-las bate sempre aquela saudade... podíamos sempre voltar disse eu... ela disse que já não é a mesma coisa e se calhar tem razão... cada coisa tem o seu tempo, e esse tempo já passou, por muitas saudades que eu possa ter. É o meu mal de ser uma pessoa muito nostálgica... :) 
É tempo de ganhar outras recordações, outras memórias igualmente importantes mas diferentes... mas os anos de andebol vão ser sempre os meus anos de andebol!           
         

9 de abril de 2008

Plastificam-se documentos!


Há um senhor na minha cidade que desde que me lembro (há bastante tempo porque tenho boa memória!) fica sentado durante todo o dia em frente a uma loja destas antigas de pijamas, meias e soutiens, a plastificar documentos.
Pensava que com as tecnologias de hoje em dia ele já teria abandonado o posto. Mas não. Continua ali sentado como quando eu era miúda e passava de mão dada com a minha mãe enquanto andávamos às compras pela Avenida. Confesso que não sei se é a mesma pessoa mas a mesinha meia frágil, baixinha, destas que se levam para os piqueniques ao domingo no pinhal e o papel que diz "Plastifico documentos", tenho a certeza que são os mesmos.
Hoje passei mesmo lá em frente e fiquei a olhar. Reparei que algumas pessoas ainda param para plastificar um cartão da segurança social, um cartão de sócio do Beira-Mar ou de sócio de um qualquer clube de vídeo.
Creio que algum dia eu também terei parado e pedido para ele me plastificar um documento e, se bem recordo, ele fazia tudo à mão, com uma tesourinha e papel de plastificar com uns quadradinhos azuis por trás, estes super difíceis de manusear e que se não temos cuidado se pega a tudo e mais alguma coisa. Penso que até dizia que podíamos deixar ali os cartões, continuar as compras, que na altura ainda se faziam nas lojas da Avenida da cidade e onde todos passavam, se conheciam e se cumprimentavam, e passar a buscá-los depois. Nem passava pela cabeça de ninguém que ele fugisse com o nosso documento...
Hoje, porém, reparei que ele usava uma maquineta onde punha o documento de um lado e ele saía plastificado do outro. A maquineta estava ligada à corrente eléctrica da loja dos pijamas ou talvez fosse a outro sítio qualquer, não sei..

Sorri e pensei que o senhor dos documentos plastificados tem montado o seu escritório na rua desde sempre mas que também ele, ainda que à sua maneira, se soube actualizar.

Pensei que já quase ninguém plastifica ali documentos mas que é sempre bom ver que há coisas na minha cidade que ainda são iguais e que me fazem sentir em casa cada vez que volto. Coisas como as meias de leite, as torradas com manteiga, os pregos no prato, os jogos do Beira-Mar e os sócios furiosos que abandonam o estádio antes do apito final, as farturas da Feira de Março, as pessoas que se conhecem todas na rua e os meus amigos... os meus amigos são sempre os mesmos e estão sempre de braços abertos para me receber cada vez que lhes telefono e digo que cá estou... dizem-me sempre que parece ontem que me fui embora e que sou sempre a mesma, ainda que tenha um ar diferente (um ar de emigrante, fico eu a pensar!)... dizem que são sempre meus amigos do peito e que é sempre uma emoção ver-me... fico contente... fico feliz... fico com vontade de plastificar documentos..