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my red valentine

"per i bambini dell'asilo ci sono delle caramelle istruttive: hanno il gusto della fragola, dell'ananas, del ratafià, e contengono alcune facili poesie.." gianni rodari

28 de maio de 2008


"Temos, todos que vivemos,
Uma vida que é vivida
E outra vida que é pensada,
E a única vida que temos
É essa que é dividida
Entre a verdadeira e a errada." Fernando Pessoa


26 de maio de 2008

sem sentido


Nunca paro de aprender. De facto, quando tirei o curso de engª do ambiente, nunca pensei que um dia iria passar três semanas seguidas num hospital a realizar testes de dispersão eléctrica aos equipamentos médicos. Mas tudo ok. Não me importo. É diferente, é algo novo e eu sempre gostei deste monta, desmonta, cabo para aqui e para lá, caixa de ferramentas, etc. E depois, é melhor do que estar sentada em frente a um computador todo o dia. Tenho aprendido bastante de electrónica. O objectivo não é nenhum em concreto, somente o facto de que a empresa onde comecei a trabalhar realiza este serviço e como somos poucos temos de saber um pouco de tudo.
Nos primeiros dias passei por departamentos "light" mas estamos a chegar ao fim e hoje estive o dia todo enfiada na unidade de cuidados intensivos para recém nascidos e na unidade de reanimação. Foi um dia silencioso mas atribulado. Se calhar porque, para além de ter aprendido um pouco mais sobre monitores, bombas de infusão e electrocardiogramas, aprendi ainda mais sobre estar calada quando me dói a barriga ou a cabeça. É banal, naif e o que quiserem mas enquanto eu via aqueles bébés minúsculos metidos nas incubadoras e mais tarde, aquelas pessoas todas intubadas, imóveis, entre a vida e a morte, ligadas a máquinas enquanto eu fazia os testes ao lado da cama delas, pensei em porque é que eu estou aqui e eles ali? Porque é que não lhes posso pegar, abraçar ou dizer ao ouvido que lá fora estava um sol maravilhoso, que o verão está à porta e o mar à espera deles? Não consegui olhar para nada e para ninguém. Durante todo o dia estive com os olhos fixados no chão e na máquina, em silêncio para não disturbar e com medo de desligar algo que não devia, metida dentro daquele fato verde que me fez suar em bica, mas não deixei de pensar. Pensei em mil coisas, em mil pessoas, que o meu corpo é uma máquina e se amanhã se avaria é assim mesmo, na minha amiga que descobriu que está grávida, na outra que teve o bébé há dias e na outra que o vai ter dentro de poucas semanas, um milagre depois do outro, na minha sorte, na minha família, nos meus amigos, na turista americana a quem dei boleia de manhã e que me ficou muito agradecida (mas ainda mais espantada por eu ter reparado nela) porque estava há meia hora a torrar ao sol à espera do autocarro, se aquelas pessoas ali deitadas não gostariam de ouvir uma história ou uma canção em vez de um bip, bip contínuo... uffa...
Amanhã tenho de voltar porque são os departamentos com mais equipamentos eléctricos de todo o hospital e não conseguimos terminar tudo hoje...
Enfim, peço desculpa a todos os que passam por aqui (para além da minha família) porque hoje o post não tem nada a ver com nada, nada tem a ver com nada...
Penso agora que, provavelmente, o blog em si não faz sentido nenhum. Isto porque alguém com mais veia poética ou literária (as dos blogs sérios), hoje, por exemplo, teria escrito coisas mais interessantes, profundas e sobretudo mais dignas de serem públicas... eu não consigo exprimir o que sinto hoje... é muito complicado... sinto que tudo é um lugar comum... acho que vou dar um passeio junto ao mar em vez de estar aqui em frente ao computador.. ou limitar-me ao meu caderno de linhas...


23 de maio de 2008

Tanti auguri!



Hoje é dia de
Santa Rita e portanto o meu onomastico em Itália

A santa das causas impossíveis... ora nem mais!



21 de maio de 2008

sempre oportunos




20 de maio de 2008

sem título

Entro frequentemente em livrarias. Em qualquer livraria. Às vezes só para passar tempo. Qualquer tipo de tempo. O tempo que se passa enquanto se espera um amigo, a hora da consulta, que a chuva pare, que passe aquela senhora amiga da avó que cada vez que nos vê nos aperta as bochechas como quando tinhamos 3 anos, o tempo que não se tem mas que se estamos na livraria não faz mal, enfim... o tempo... normal e curriqueiro!
Então. Hoje entrei numa livraria. Mas não gostei de nenhum livro. Primeiro porque estavam mal dispostos assim como um pouco desorientados. Sem cor, tristonhos, saudosos daquela empregada que provavelmente os colocava correctamente organizados nas prateleiras. Pedi-lhes desculpa. Disse que não era nada pessoal mas que hoje simplesmente não tinha paciência para os aturar. Olharam-me um pouco de lado, eu vi, e percebi, e ouve até um que me chamou snob. Não levei a mal. De vez em quando os livros são assim. Mas pronto, cada um tem a sua vida, o seu carácter, e quanto a isso não há nada a fazer.
Pois bem. No sábado passado entrei numa livraria. Vi tudo nebulado e comecei a sentir-me meia perdida no meio de tanto livro. Pensei logo em sair. Mas com um movimento rápido e inconsciente, sem olhar, penso eu numa tentativa para salvar a situation, peguei num livro. Fiz logo aquela minha expressão de esgar quando li o título "Filosofia: nuove istruzioni per l'uso" de Ermanno Bencivenga. Brrrr. Este não. Mesmo assim, movida por sei lá que força estranha, abri e li a primeira frase: "Sara (nove anos) descobriu naquele instante que o Pai Natal não existe e está a tentar convencer Tomás (dois anos mais novo) a acreditar nesta inquietante verdade". Ok. Considera-te comprado, disse eu ao livro. Não sei porquê mas gostei desta abordagem a um tema filosófico. Quando me dirigia para a caixa, vi alguém que pegava num livro. "Treno di notte per Lisbona" (comboio de noite para Lisboa), de Pascal Mercier. Não, não. Não vou deixar que as minhas saudades de casa me deturpem a mente. Nem que me façam parecer ridícula por querer comprar ou ler todos os livros que tenham alguma palavra relacionada com portugal, casa, saudade ou afins. Mesmo assim, ainda sob o poder da estranha força, tirei-lhe o livro das mãos e abri-o. Li em português (estava traduzido por baixo): "cada um de nós é vários, é muitos, é uma proxilidade de si mesmos. Por isso aquele que despreza o ambiente não é o mesmo que dele se alegra ou padece. Na vasta colónia do nosso ser há gente de muitas espécies, pensando e sentindo diferentemente." Fernando Pessoa. Gostei. Gostei muito. Não tenho culpa. Soube-me bem abrir aquele livro em italiano e ler aquelas palavras tão sábias do nosso Pessoa. Desculpei-me com os outros livros, que entretando já se tinham começado a agitar e a dizer que pois, não pode ser, levam sempre aqueles acabados de chegar, os mais novos e frescos, os mais simpáticos, não há direito... arre... tó bicho... não há carteira que vos aguente e paciência que vos ature...


15 de maio de 2008

dúvida

já alguma vez vos aconteceu, enquanto têm uma discussão com outra pessoa, ficar num estado de estupefacção e impotência tal, perante um determinado argumento, que a única coisa que vos ocorre pensar é "como é possível que eu esteja a ouvir isto, qualquer pessoa normal diria que é uma injustiça" e entretanto começar a sentir um nervoso incontrolável no corpo todo mas que vos deixa completamente imóveis e silenciosos, quando no fundo o que vos apetecia era gritar, fugir ou mesmo espancar a outra pessoa?

a mim acontece-me frequentemente... deverei consultar um especialista ou só desaparecer deste planeta?


13 de maio de 2008

incrível


nunca pensei que se chegasse a este
ponto em Barcelona...


9 de maio de 2008

perturbazione



Agosto
è il mese più freddo dell’anno
L’inverno si sposta sei mesi in avanti
e non è il polo sud
qui non è il polo sud

Agosto
La sveglia che rompe il silenzio
Qualcuno è in vacanza
e lei suona per ore
che freddo che fa

Agosto
ti affacci su un cuore malato
le cinque di sera ed è già buio pesto
l’inverno d’agosto

Il ghiaccio
si posa e ricopre le cose
l’attesa del caldo congela anche i morti
che freddo che fa

Se non è vero che hai paura
non è vero che ti senti solo
non è vero che fa freddo
allora perché tremi in questo agosto?

Agosto
è scritto sul tuo calendario
forse hai dormito sei mesi
ma sei così stanco
tanto stanco

Agosto
è il mese più freddo dell’anno
nell’altro emisfero lo chiamano inverno
l’agosto


perchè è bellissima... e perchè anch'io ho dormito sei mesi...


3 de maio de 2008

garbage revolution!



the revolution starts at home...


1 de maio de 2008

o meu primeiro dia de trabalho em Itália!


Com a sua idade, a sua apresentação pessoal e a sua experiência profissional e linguística não poderia esperar de si menos responsabilidade que a que lhe estou a atribuir na minha empresa: gerir o departamento técnico e comercial, estabelecer contactos e parcerias com empresas de outros países, ser a referência técnica e comercial da empresa e o contacto principal em todos os projectos de futuro.

Agradeci a oportunidade e a confiança. Disse que ia dar o meu melhor - tipo cena de filme americano - e saí confiante do gabinete do administrador da empresa.
Ao fechar a porta tomei instantaneamente consciência de duas coisas: que devia ter pedido mais dinheiro e que realmente é verdade, eu já tenho 31 anos, quase 32...!!
Mas no final do dia, quando entrei no carro e meti a chave na ignição, tomei consciência, felizmente, de uma terceira coisa: com a minha idade, o caraças!! eu ainda só tenho 31 anos!!!