Plastificam-se documentos!
Há um senhor na minha cidade que desde que me lembro (há bastante tempo porque tenho boa memória!) fica sentado durante todo o dia em frente a uma loja destas antigas de pijamas, meias e soutiens, a plastificar documentos.
Pensava que com as tecnologias de hoje em dia ele já teria abandonado o posto. Mas não. Continua ali sentado como quando eu era miúda e passava de mão dada com a minha mãe enquanto andávamos às compras pela Avenida. Confesso que não sei se é a mesma pessoa mas a mesinha meia frágil, baixinha, destas que se levam para os piqueniques ao domingo no pinhal e o papel que diz "Plastifico documentos", tenho a certeza que são os mesmos.
Hoje passei mesmo lá em frente e fiquei a olhar. Reparei que algumas pessoas ainda param para plastificar um cartão da segurança social, um cartão de sócio do Beira-Mar ou de sócio de um qualquer clube de vídeo.
Creio que algum dia eu também terei parado e pedido para ele me plastificar um documento e, se bem recordo, ele fazia tudo à mão, com uma tesourinha e papel de plastificar com uns quadradinhos azuis por trás, estes super difíceis de manusear e que se não temos cuidado se pega a tudo e mais alguma coisa. Penso que até dizia que podíamos deixar ali os cartões, continuar as compras, que na altura ainda se faziam nas lojas da Avenida da cidade e onde todos passavam, se conheciam e se cumprimentavam, e passar a buscá-los depois. Nem passava pela cabeça de ninguém que ele fugisse com o nosso documento...
Hoje, porém, reparei que ele usava uma maquineta onde punha o documento de um lado e ele saía plastificado do outro. A maquineta estava ligada à corrente eléctrica da loja dos pijamas ou talvez fosse a outro sítio qualquer, não sei..
Sorri e pensei que o senhor dos documentos plastificados tem montado o seu escritório na rua desde sempre mas que também ele, ainda que à sua maneira, se soube actualizar.
Pensei que já quase ninguém plastifica ali documentos mas que é sempre bom ver que há coisas na minha cidade que ainda são iguais e que me fazem sentir em casa cada vez que volto. Coisas como as meias de leite, as torradas com manteiga, os pregos no prato, os jogos do Beira-Mar e os sócios furiosos que abandonam o estádio antes do apito final, as farturas da Feira de Março, as pessoas que se conhecem todas na rua e os meus amigos... os meus amigos são sempre os mesmos e estão sempre de braços abertos para me receber cada vez que lhes telefono e digo que cá estou... dizem-me sempre que parece ontem que me fui embora e que sou sempre a mesma, ainda que tenha um ar diferente (um ar de emigrante, fico eu a pensar!)... dizem que são sempre meus amigos do peito e que é sempre uma emoção ver-me... fico contente... fico feliz... fico com vontade de plastificar documentos..
Hoje passei mesmo lá em frente e fiquei a olhar. Reparei que algumas pessoas ainda param para plastificar um cartão da segurança social, um cartão de sócio do Beira-Mar ou de sócio de um qualquer clube de vídeo.
Creio que algum dia eu também terei parado e pedido para ele me plastificar um documento e, se bem recordo, ele fazia tudo à mão, com uma tesourinha e papel de plastificar com uns quadradinhos azuis por trás, estes super difíceis de manusear e que se não temos cuidado se pega a tudo e mais alguma coisa. Penso que até dizia que podíamos deixar ali os cartões, continuar as compras, que na altura ainda se faziam nas lojas da Avenida da cidade e onde todos passavam, se conheciam e se cumprimentavam, e passar a buscá-los depois. Nem passava pela cabeça de ninguém que ele fugisse com o nosso documento...
Hoje, porém, reparei que ele usava uma maquineta onde punha o documento de um lado e ele saía plastificado do outro. A maquineta estava ligada à corrente eléctrica da loja dos pijamas ou talvez fosse a outro sítio qualquer, não sei..
Sorri e pensei que o senhor dos documentos plastificados tem montado o seu escritório na rua desde sempre mas que também ele, ainda que à sua maneira, se soube actualizar.
Pensei que já quase ninguém plastifica ali documentos mas que é sempre bom ver que há coisas na minha cidade que ainda são iguais e que me fazem sentir em casa cada vez que volto. Coisas como as meias de leite, as torradas com manteiga, os pregos no prato, os jogos do Beira-Mar e os sócios furiosos que abandonam o estádio antes do apito final, as farturas da Feira de Março, as pessoas que se conhecem todas na rua e os meus amigos... os meus amigos são sempre os mesmos e estão sempre de braços abertos para me receber cada vez que lhes telefono e digo que cá estou... dizem-me sempre que parece ontem que me fui embora e que sou sempre a mesma, ainda que tenha um ar diferente (um ar de emigrante, fico eu a pensar!)... dizem que são sempre meus amigos do peito e que é sempre uma emoção ver-me... fico contente... fico feliz... fico com vontade de plastificar documentos..
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