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my red valentine

"per i bambini dell'asilo ci sono delle caramelle istruttive: hanno il gusto della fragola, dell'ananas, del ratafià, e contengono alcune facili poesie.." gianni rodari

19 de dezembro de 2008

Enquanto espero as férias de Natal, aproveito para ver e rever as fotos do Japao.


Confesso que ao inicio eu nao queria fazer esta viagem. Nao que nao quisesse la ir, mas pensava que nao queria gastar tanto dinheiro para estar la tao pouco tempo. Estivemos apenas 8 dias e meio. E eu sempre achei que o Japao é um pais que merece um mes inteiro de viagem. Nao me enganei. Mas, como de costume, as minhas maluqueiras sao abençoadas e correm sempre bem... e foram 8 dias e meio espectaculares!

Andei até mais nao poder e conseguimos ver as partes mais importantes de todos os bairros de Tokyo e os templos mais importantes de Kyoto... nao fizemos muitas coisas das que tinhamos planeado e foi tudo a correr (quando reparamos ja estavamos no aviao de novo para casa!) mas foi uma experiencia muito interessante. Adorei!

Antes de ir preparamos um dossier com as indicaçoes dos hoteis, do metro e dos comboios e dos principais locais que queriamos visitar. Pode parecer estupido e tipico programa de agencia de viagem, mas com tanto para fazer e tendo em conta que se pode perder imenso tempo a tentar descobrir as indicaçoes nos mapas e no metro (tudo em japones!), ter tudo escrito foi meio caminho andado para nao perder tempo precioso...

Dormimos sempre em ryokans o que nos permitiu poupar bastante dinheiro e voltar aos tempos do camping, so que dentro de casa!


Comemos sempre em restaurantes tradicionais, sentados no chao, sem sapatos e em salinhas recatadas, com portas de papel e uma campainha para chamar o empregado. Quando nao havia menus em ingles, com fotos e os empregados nao falavam ingles, mostravamos a frase do guia escrita em japones "o que é que recomenda?" e eles todos contentes traziam para a mesa as suas especialidades... nesta parte nao coseguimos poupar muito mas foi uma experiencia interessante comer tantas coisas estranhas e com sabores tao diferentes.... tudo uma delicia (com excepçao de uma espetada feita de uma coisa gelatinosa branca parecida com queijo e que tinha um molho doce amarelo e vermelho por cima que até hoje nao sei o que é!!). Poderiamos ter comido por pouquissimo dinheiro nestes restaurantes de fastfood japones com noodles e sushi de comer ao balcao, é um facto, mas depois de caminhar todo o dia ao frio sabia mesmo bem sentar num lugar aconchegado e quentinho e ficar relaxadamente horas à conversa....


Quanto aos transportes, conseguimos comprar no Dubai o famoso JR pass, que so se pode comprar fora do Japao, o que nos permitiu poupar bastante nas viagens em Tokyo (yamanote line) e até Kyoto (shinkansen). Pensava que seria dificil movermo-nos pela ausencia de indicaçoes em ingles, mas enganei-me. E depois, que tem boca vai a Roma. Claro que tivemos muitas vezes que puxar um pouco pela imaginaçao e fazer alguma mimica, mas foi bastante facil!

Os japoneses revelaram-se muto simpaticos, atenciosos e hospitaleiros. Algo que eu nao estava muito à espera. Portanto, e basicamente, fiquei surpreendida com a falta de turistas, pois tirando os que encontrei nos ryokans, uns amigos arquitectos que nao viamos desde Barcelona e que encontramos por acaso na loja Prada em Tokyo (o mundo é mesmo pequeno!) e no palacio imperial de Kyoto, no ultimo dia, e cuja visita nao recomendo, passei dias sem encontrar um unico estrangeiro/turista; com o facto de quase ninguem saber falar ingles; com a organizaçao e a atençao ao minimo detalhe; com a limpeza; com o silencio; com o cuidado e a atençao à natureza; com as cores e com o facto de a unica lingua estrangeira utilizada para alem do ingles ser o portugues (espantem-se, nem eu sabia, mas uma das principais comunidades estrangeiras no japao, e vice-versa, é a brasileira e ao que parece os portugueses e os holandeses foram os unicos povos a manter as relaçoes comerciais com o Japao enquanto o pais esteve fechado ao mundo durante 300 anos! inclusive, 'arigato' parece vir de 'obrigado', pelo que foi super giro chegar ao aeroporto de Osaka, dirigir-me ao multibanco e ver 'por favor, coloque o seu codigo pessoal!'). Ah! Tambem fiquei surpreendida ao saber que afinal os japoneses usam mascaras nao so por causa da poluiçao mas tambem para nao transmitir as bactérias às outras pessoas quando estao doentes ou constipados, e que assoar o nariz em publico é sinal de mà educaçao ... e que ler mangas pronograficos ou escolher raparigas no telemovel no metro, por sua vez, nao é sinal de mà educaçao... no comments!... (a minha escala de valores e de prioridades na vida tem realmente sofrido muitos abalos desde que estou no Dubai e que contacto diariamente com indianos, iranianos, arabes, paquistaneses, turcos, europeus e ainda mais depois do Japao...realmente o mundo nao é como eu pensava que fosse...!)

Foi uma viagem sem comparaçao. Um pais para voltar com mais calma, sem duvida.

Muita informaçao para assimilar e pensar... mas por agora e como desejo para os proximos dias e para o inicio do ano que ai vem, vou so tentar manter viva em mim a sensaçao que tive ao visitar um dos lugares mais bonitos desta viagem: Katsura... a vila cujas janelas sao quadros de natureza...


E tenho de voltar ao Aikido! Definitivamente! Este ano é que é!


3 Comentários:

Anonymous Anónimo disse...

nunca fui ao japao, mas do que tenho lido, ouvido e visto, o que mais admiro é o facto de eles saberem conciliar a tradição com a modernidade. Isto é, eles não esquecem os seus costumes, nem se lembram deles apenas em dias de festa. Eles integram as práticas mais antigas ligadas à sobretudo à religião, no quotidiano frenético que vivem nos tempos de hoje. Sinto que há um sentido naquilo tudo, todas as práticas têm um fundamento, uma história e sabem conjugar tudo com as maluqueiras todas do consumismo, dos edifícios ultra modernos, etc.
Comparando com o Ocidente em que vivemos, sinto que aqui a vida não tem tanto sentido, pelo menos sentido espiritual, os objectivos para nós parecem ser apenas crescer, trabalhar, ganhar dinheiro, casar, ter filhos e morrer - parece-me que não há razão de ser nas coisas que os ocidentais tipicamente fazem no seu dia-a-dia, pouca atenção ao pormenor, ao sentido do que se faz, ao pensar no porque é que se faz. E contra mim falo obviamente, que aqui vivo.

Tenho que ir ao Japão sem dúvida. Gostava memso muito, mais do que Tokyo, ir a Okinawa, lembras-te, do Mr.Myagi? Onde as pessoas vivem mais tempo e onde a ecologia não é uma moda, mas sim uma prática e consciência viva há séculos mantida por aquela gente.

20 de dezembro de 2008 às 21:26  
Blogger rita disse...

Sim, lembro-me do Mr. Myagi! :) Mas acho que irias gostar de ir a Tokyo tambem... os japoneses sao um povo particular. No entanto, nao sao os detentores da verdade ou da educacao. A historia fe-los assim, tal e como a nossa historia nos fez como somos. Sao um povo bastante avancado, sem duvida, mas comparando com os ocidentais, na minha modesta opiniao, talvez lhes falte um bocado, ou talvez muito, de sangue... afinal, os latinos somos nos!
Mas sabes o que e' que tenho andado a pensar? que o importante e' tu seres e fazeres o que achas correcto e te faz feliz... se tu queres dar um sentido a tua vida e vive-la com significado (qualquer ele que seja) nao precisas de ser japonesa ou de viver na india ou no nepal ou estar em retiro espiritual.... ou comparares a tua vida com a deles ou com a de qq outro povo... e pensa que eles podem invejar a tua vida tanto quanto tu a deles... por isso, pensa que estas em okinawa ou em tel aviv ou no alasca ou pensa so que vives em lisboa, na tua casinha e que o importante e' estares tranquila e serena, vivendo e aprendendo de uma forma aberta e o mais que podes sobre todas as culturas e pessoas porque elas de certeza que tambem tem muito para aprender contigo!
somos todos tao diferentes... era bom que todos pudessemos ter o melhor de todos os povos... por isso, pelo menos, podemos aprender e nisso estou de acordo contigo... eles sabem viver em harmonia com a natureza (ha so aquela questao das baleias que nao me deixa estar tranquila em relacao a eles...)

Bj**

21 de dezembro de 2008 às 14:37  
Anonymous Anónimo disse...

pois claro, ele tambem tem as suas coisa menos boas, nao sao os detentores, como dizes, da sabedoria e do saber viver. E isso das baleias e outras coisas do genero tambem nao compreendo. Nao ha bela sem senao.

Mas enfim, eu acho-lhes piada por isso, pelo olhar atento ao pormenor, pelo empenho que dedicam a tantas coisas. Nos tambem o fazemos, mas de outra forma, a nossa forma, que nao tem que ser pior, so porque e diferente da deles.
E ser turista nestes sitios tambem faz com que tudo pareça um sonho, o paraíso "ai aqui e que se esta bem!". Mas viver, ter uma rotina num sitio diferente daquele a que estamos habituados, vai acabar por trazar os mesmos ou outros problemas daqueles que nos queixamos por exemplo aqui deste lado.

E é isso que tu dizes, sejamos felizes onde estamos, com o que podemos. Ainda ontem fui com o Rodrigo andar de bicicleta ate ao Guincho e estavamos a ver os surfistas na agua, o tempo estava muito bom, ceu limpo, a serra verdinha e pensamos que realmente ali e um bom sitio para se viver, num instantinho estamos no mar ou na serra, ou ate na cidade e as vezes, com a correria casa-trabalho, nem nos lembramos do que temos à porta.

Bem, quando é que voltas, dia 24?
Vou no dia 23 para Aveiro, à noite, depois do trabalho, por isso, dia 24 devo poder ir buscar-te com os pais, ao Porto.

Beijos, boa viagem!

22 de dezembro de 2008 às 15:22  

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